Marcelo Gaúcho é só alegria durante seu culto campeiro |
Pois chegara então a hora do músico entregar seu destino a Deus. Já haviam transcorridos muitos anos de contato íntimo com o mundo pecador. Prazeres da carne, relação direta com os traços errantes de quem não destina momentos de reflexão e espiritualidade. A religiosidade era apenas uma lembrança remota das aulas da escola dominical ou dos tempos de estudante. O errante encaminhamento dos fatos poderia levá-lo a um ponto sem volta. Sem retorno. Sem direito a correção de erros.
O momento era aquele. Talvez não houvesse outro. Na dúvida, Deus mostrou a luz. E o músico obedeceu. Então eles se encontram. E o caminho das trevas se desfaz. Hoje, o homem ligado à poesia e aos acordes musicais é outro. Está feliz, destinando seu talento ao culto evangélico criado por ele mesmo. É o destino dando chance para que um ser humano refaça sua vida e auxilie, de quebra, o traço acertado para que outras vidas conheçam a rota da luminosidade inerente às almas de bem com o Senhor.
O rumo de Marcelo Gaúcho era errante. Ele era infeliz, mas não percebia que o seu destino poderia lhe pregar uma peça ainda mais destruidora e isso seria uma péssima e derradeira escolha. Foi aí, que tudo começou a mudar. Ele, que era um músico com largo trânsito entre os principais artistas e integrantes de grupos de renome no tradicionalismo, resolveu mudar de vida e dedicar-se aos preceitos evangélicos, com direito a tonalidade marcante de seu talento. Até por que talento não se desperdiça se aproveita para levar a palavra de Deus, aos mais diversos homens em recantos com DNA evangélico.
Dessa forma surgia uma “figuraça” entre as denominações relacionadas aos evangélicos. A de Marcelo Gaúcho, um homem que hoje tem em sua vertente artística uma obra dedicada integralmente a Deus. Com melodia típica dos pampas ele proporciona um verdadeiro show ao mundo evangélico que o acompanha em suas apresentações pelas mais variadas denominações por onde quer que ele se encontre. Sempre a convite.
Dono de um jeito simples, autêntico e, acima de tudo, dinâmico, o espetáculo dele cativa pela participação da platéia que o assiste e o aplaude. E em alguns momentos também é aplaudida. Além disso, em determinados momentos da “festa de evangelização”, os participantes ainda ensaiam passos de dança, uns mais contidos, outros nem tanto.
Um misto de tudo pode ser visto durante as duas horas de duração do Culto Evangélico, criação do próprio Marcelo Gaúcho. Desde homenagens aos aniversariantes, hinos diversos, sorteios de brindes com louvores evangélicos e composições com a temática de louvor a Deus compõem o quadro, uma espécie de programa de auditório apresentado pelas rádios nas décadas de 40/50/60.
Esse movimento, que parece novidade, mas não é, ressurgiu em 2010 e virou moda entre as igrejas mais abertas aos novos tempos. Marcelo Gaúcho tem agenda cheia. Por conta de suas características principais: alegria contagiante, sorriso aberto e dedicação integral aos preceitos de Deus, Ah. E é claro, talento especial para desenvolver a junção de tudo o que já foi descrito sobre o Culto Campeiro até aqui.
Mudança de ritmo e de vida
“Pude perceber que não eram os aplausos, status ou dinheiro que poderiam me trazer a felicidade. Ao mesmo tempo em que tinha tudo isso, eu mantinha um vazio em minha vida”, explica. No momento em que conheceu o evangelho, sua vida teve uma guinada de 360º. Hoje ele tem por objetivo adorar a Deus através dos louvores e de uma forma bem musical bem sua, tocando vanerões, xotes ou bugios. Ao mesmo tempo em que sabia que seu contato com o Senhor seria recompensador, tinha uma dúvida. “Será que terei que tirar as botas e bombachas e colocar uma calça e sapatos sociais para adorar a Deus?”, se perguntava. Essa era a imagem que tinha do povo evangélico. “Mas era diferente e eu estava enganado. A gente pode adorar a Deus de várias maneiras, formas ou ritmo musical. Essa foi uma lição que aprendi e que me tornou outro homem”, garante. “Colocar Ele em primeiro lugar é a mensagem principal”, defende.
Essa é a marca do Culto Campeiro. Louva-se a Deus em primeiro lugar, mas também as tradições do Rio Grande do Sul podem ser desenvolvidas ao longo do contexto. “Independente da situação em que se encontrar a tua vida, existe uma esperança e uma solução e alguém que nos ama. Basta abrir o coração para Jesus que Ele se encarrega de operar as modificações necessárias que a nossa vida pede”, ensina.
Marcelo Gaúcho tem uma expressão registrada onde quer que se apresente. A marca deixada pela depressão já é coisa do passado. Hoje, ele se encarrega de levar a palavra de Deus e a sua mensagem como artista do Senhor. Felicidade é o que ele quer transmitir. E consegue. No final do Culto, todos estão com o semblante descontraído. Marca fiel de um show que é só alegria.
Jornalista Everaldo Jacques / Especial
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